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Mary Uchinaka, presidente do Garatuja, Élsie Costa, Antonieta
Dertkigil da Unidade de Fomento da Secretaria de Estado, Márcio
Zago e Valério Benfica do Ministério da Cultura. |
Dia 30 de setembro aconteceu no Centro de Convenções Victor Brecheret, em Atibaia, a abertura da 6 Mostra de Arte Infantil do Garatuja. Estiveram presentes
Valério Bemfica, representante do Ministério da Cultura,
Antonieta Jorge Dertkigil, da Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura de SP, o
Secretário de Cultura de Atibaia
Edson Antônio Gonçalves além de alunos, pais de alunos e simpatizantes do Garatuja. Nossos homenageados foram
Jeanne Rabaneda Lopes Smid, Célio Turino e Mary Uchinaka. Claro que muitos outros colaboradores poderiam constar nessa lista, mas a escolha veio depois de uma reflexão, em que se levou em conta a efetiva existência do Garatuja. Vivemos num sistema capitalista e a sobrevivência de qualquer atividade, seja ela puramente comercial, seja cultural e artística passa necessariamente pelos recursos financeiros. Logo no início da década de oitenta, quando começávamos nossas atividades, por várias vezes pensamos em parar e tentar outra coisa. Os alunos pagantes eram insuficientes para cobrir as contas de aluguel, água, luz, telefone, além da sobrevivência diária, etc. Nesses momentos surgia a Jeanne, que na época mantinha a escola Monteiro Lobato, e através de sua influência encaminhava ao Garatuja vários alunos. Seu pai, o Diogo, era quem trazia as crianças para realizar a matrícula e depois para as aulas. Por anos seguidos seu Diogo trouxe a perua cheia de novos alunos para o Garatuja. Assim conseguíamos aliviar a pressão familiar e garantir mais um ano de existência. Mesmo com alunos pagantes, até a pouco tempo o Garatuja fechou no vermelho. A saída era complementar com outros recursos que conseguíamos como Programador Visual, Publicitário e até Marceneiro. Numa imagem simbólica, foi a Jeanne que, sem saber e sem esperar nada em troca, regou a frágil plantinha, no seu período mais crítico. Célio Turino é o mesmo caso. Quando, há cinco anos atrás, o Garatuja estava extremamente fragilizado e prestes a fechar suas portas (mais uma vez por falta de grana), em função de uma equivocada ação cultural realizada pela oficialidade local, foi o Célio Turino que, também sem saber, nos trouxe a esperança de dias melhores, com o mérito da efetivação do Programa Cultura Viva, o maior programa de cultura já feito no Brasil e agora modelo para o mundo.
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Marina Siqueira (de Barquinho), Roberta Forte,
o Secretário de Cultura de Atibaia
Edson Antônio Gonçalves e Gabriel Abgair. |
Os Pontos de Cultura e o Programa Cultura Viva revolucionaram a forma de gerir o dinheiro destinado à cultura. Hoje os recursos públicos chegam a locais e entidades marginalizadas até então. O Garatuja, através de concorrido edital público, tornou-se Ponto de Cultura e com isso novos horizontes foram abertos. Pudemos ver que não estávamos sozinhos e nem que nosso trabalho era insignificante, como nos querem crer. De forma também simbólica, com o Ponto de Cultura, o Garatuja, já árvore crescida pode ser liberto do apertado vaso no qual estávamos confinados e ganhamos a terra, nas mãos de Célio Turino. Nossa terceira homenageada é a Mary. Amiga e companheira de todas as horas. A pessoa mais importante do Garatuja desde que viramos Instituto. Além de Presidente, a Mary se envolve se corpo e alma, nos momentos bons e ruins, como imaginamos deveriam ser os verdadeiros amigos. Na placa, que entregamos aos homenageados, somente uma frase: O Garatuja agradece pela generosidade. Na abertura, que aconteceu no palco do centro de Convenções, o público pode ver parte do resultado de dois anos de trabalho realizado com crianças da região, com idades entre 5 a 15 anos e estudantes de escolas públicas vindas de diferentes bairros. Participaram do evento aproximadamente cinqüenta crianças e jovens. Ao todo foram mais de cento e cinquenta participantes do
Projeto Garatujas e Cambalhotas – Registro e Documentação da Arte na Infância. Esse projeto prevê a sistematização e difusão do trabalho desenvolvido no Garatuja a quase três décadas. No palco apresentação da Ludodança e Brinquedos Cantados com esquetes como: Viva Brinquedo Vivo, Tutu Marambá, trechos recriados de Visível in Visível, além de exibição de animações realizadas no projeto. Tivemos também a apresentação do Coral Percussivo do Garatuja, trabalho desenvolvido por
Roberta Forte na oficina de musicalização e canto coral, com preparação corporal de Élsie da Costa, além de performance com alunas e ex alunas do Garatuja no saguão de exposição. O que mais nos deixou felizes foi a presença dos representantes do Ministério da Cultura, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e da Prefeitura de Atibaia. É muito pertinente que pessoas com poder de atuação nas politicas culturais vejam de perto o trabalho, fora de escrivaninhas, de forma a criar novas ações que projetem as iniciativas para frente, ampliando os espaços de atuação. Para nós o Ponto de Cultura, não é somente uma iniciativa de transferência de recursos ou de saberes. Estamos comprometidos com uma proposta de maior abrangência participativa, o que nos diferencia atualmente dos cursos anteriores voltados à alunos particulares. Nosso público alvo mudou consideravelmente. Estamos mergulhados em outro tipo de comprometimento onde a arte exerce seu papel social ampliando fronteiras, além do limite de uma elite, sem que esta se desagregue do processo. O que mudou para o Garatuja ao se integrar no Programa Cultura Viva, foi a visão da atuação em rede, com as TEIAS regionais, a comunicação que nos insere no contexto de um mundo que muda dia a dia via internet. Sabemos exatamente o nosso lugar na imensidão desse País, num processo cultural que considera, que o investimento na diversidade de processos contemporâneos, para além do campo acadêmico, é que vai possibilitar a excelência das ações na cultura no país como um todo, e não só em partes das grandes metrópoles.
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Integrantes, colaboradores, alunos e ex alunos do Garatuja |
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