No dia 08 de junho de 2024, ao lado de Inácio Rodrigues e Glen Hamilton, tive a
honra de ser um dos artistas homenageados na 23ª edição dos Encontros de Artes
Plásticas de Atibaia. Ser lembrado é sempre bom, mas ser lembrado nessas
circunstâncias é especial. Os Encontros de Artes Plásticas de Atibaia foram uma
referência na minha formação artística. Participei pela primeira vez em 1973,
quando tinha 14 anos de idade. A participação de um jovem (criança,
adolescente?) num salão de adultos chamou a atenção e foi um grande incentivo
naquele momento... Fato pelo qual agradeço até hoje à organizadora do evento,
Dona Yvone Silveira Leite, que assumiu a responsabilidade pela situação. Em
1970, André Carneiro, com função na diretoria de cultura e turismo de Atibaia,
instituiu os prêmios aquisitivos, fato que criou as condições para a cidade
formar um rico acervo com obras que hoje dificilmente a cidade teria. Mais
tarde, já sob a coordenação da amiga Cristina Silveira Gonçalves, os Encontros
ganharam continuidade e projeção nacional. Até os anos 2000, ele ocorria no
Museu Municipal João Batista Conti, único espaço público existente na cidade em
condições de abrigar esse tipo de evento. Foram inúmeras as vezes em que ajudei
na montagem do salão, seja transportando as obras para o segundo andar, seja
arrastando móveis, fixando os quadros na parede e etiquetando. Por muito tempo,
os Encontros de Artes Plásticas abriram a programação das festividades de
aniversário da cidade, período que contava com grande prestígio e participação
da comunidade. A história do Encontro remete a 1968 (período bravo da ditadura
militar) e está associada à Feira de Artes da Praça da República, quando os
artistas locais Joaquim Gimenes Salas e Bernardo Antunes conseguiram apoio de
Valdomiro de Deus e Zé Cordeiro para realizar a segunda edição do evento. A ideia
inicial era associar outras linguagens artísticas a ele, daí o nome
“Encontros”. Para o catálogo dessa segunda edição, o cientista e crítico de
arte Mario Shemberg escreveu: “A realização dos Encontros de Artes Plásticas
pelo Museu Municipal João Batista Conti constitui um marco na vida cultural do
interior paulista. Atibaia, que tanto vem progredindo em todos os campos da
atividade humana, dá um exemplo magnífico para todas as cidades do Estado de
São Paulo.” Essas e outras histórias sobre os Encontros de Artes Plásticas de
Atibaia e seu criador, o gravurista Joaquim Gimenes Salas, estão registradas
numa pesquisa que realizei há quase trinta anos, que permanece engavetada até
que surja um momento apropriado para de lá sair. Fato que reforça meu carinho
pelo evento e o quanto essa homenagem foi significativa para mim. Agradeço,
portanto, ao Prefeito Municipal Emil Ono, à Secretária de Cultura Glória
Dinniz, à organizadora do evento Rita Moura e a todos os funcionários que
viabilizaram sua realização. Vida longa aos Encontros de Artes Plásticas de
Atibaia

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