Exposição sobre as animações do Garatuja

No dia 14 de outubro aconteceu a abertura da exposição que reuniu parte do acervo do Garatuja sobre o trabalho realizado no segmento das artes visuais, principalmente ligada a animação e o desenho animado. A exposição aconteceu na própria sede da entidade, no espaço utilizado como atelier, que também abriga esporadicamente atividades como esta.  O Garatuja é pioneiro em Atibaia no segmento da animação voltada ao público infanto-juvenil. A primeira experiência ocorreu em 1996 quando a entidade realizou as primeiras animações com crianças. Foram produzidas nove curtas metragens utilizando a bitola Super-8. São eles: A Poluição, Filhotes Sapecas, O Acidente da Tam, O Balão, O Castelo Misterioso, O Saci Atrapalhado, O Tarado, O Pintor e Joanito. Ainda não havia as facilidades dos meios digitais e o processo analógico era o único disponível naquele momento. Mais tarde, quando fomos habilitados Ponto de Cultura, em 2004, a entidade adquiriu equipamentos mais atualizados e o trabalho com animações se intensificou. O diálogo entre os diferentes processos, analógicos e digitais, tornou-se frequente e virou uma das características do trabalho desenvolvido nas oficinas de animações. Na época os filmes virgens de Super-8 eram comprados nos Estados Unidos, via correio. O custo da revelação estava incluído na compra. Depois “de queimado”, ou seja, registrado as imagens, o filme era enviado novamente para o laboratório que vendeu, nos EUA. Lá o filme era revelado e enviado de volta para o comprador. Os filmes assim produzidos demoravam em média quatro meses entre a primeira compra e recebimento do filme finalizado. Em 2012 alguns destes pequenos filmes foram recuperados. Na exposição do Garatuja os visitantes puderam ver os recortes utilizados nas animações de 1996, portanto desenhos com quase trinta anos que foram guardadas pela entidade. Foram expostos ainda o material produzido para a animação Auxesse e os desenhos originas de Pro Beleléu!, além dos painéis utilizados na animação A Viagem de Um Barquinho, onde todo o processo utilizado priorizou a iluminação como elemento estético e mesmo rítmico da história. Fez parte também da exposição uma pequena mostra do trabalho desenvolvido na área da gravura. No Garatuja a gravura é trabalhada de três  maneiras, dos quatro processos existentes de reprodução da imagem. A impressão em relevo, que engloba a xilogravura e a linóleogravura. A gravação a entalhe, como o buril, a ponta seca, a água forte, a maneira negra, etc. E por fim a gravura por permeação, caso da serigrafia. A gravura plana, conhecida como litogravura não é aplicada na entidade em razão das dificuldades técnicas e de matérias necessários. A exposição continha fotos, ferramentais utilizados e obras das diferentes técnicas acima relatadas. Este evento fez parte do projeto GARATUJA – 40 Anos Dedicados às Artes Visuais e Cênicas na Infância e Juventude – Edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc 51/2021 – Prêmio por Histórico de Realização para Pontos de Cultura. #ProAC2021